sábado, 12 de novembro de 2011

Estão jogando a bíblia no lixo



Por Renato Vargens 

Essa história de ministério apostólico, unção apostólica, além de apóstolos e apóstolas se multiplica a olhos vistos. Lamentavelmente parece que todo mundo resolveu ser apóstolo. Infelizmente na minha cidade, já tem um bocado destes, dentre estes, uma senhora chamada Sônia Oliveira que tomou pra si o titulo de apóstola ensinando doutrinas absolutamente antagônicas as Sagradas Escrituras, como atos proféticos,Lenço do Milagre e óleo sagrado da unção.


Sinceramente esses caras não tem mais o que inventar. Se não bastasse a ensandecida agressão ao vernáculo, além é claro da "forçação"de barra em ressuscitar o ministério apostólico, esses profeteiros, criaram o ministério da "apóstola".

Caro leitor, confesso que ao descobrir algumas coisas relacionadas a Igreja evangélica sou tomado por um enorme sentimento de desânimo. Ora, vamos combinar uma coisa? Esse pessoal tá passando dos limites, não é verdade?

Pois é, os que advogam a causa de que as mulheres podem ser ordenadas ao ministério pastoral, usam do texto da carta de Paulo aos Romanos onde afirmam que a saudação feita pelo Apóstolo a Igreja de Roma incluia uma mulher de nome Júnias.

Visando esclarecer de forma clara e prática o sentido verdadeiro de Rm 16:07, reproduzo abaixo a opinião do Rev. Augusto Nicodemos sobre o tema:

1. Júnias é masculino ou feminino?

A variante melhor atestada, segundo o texto grego da UBS, 4a. edição (e de Nestle-Aland, 27a. edição), é Iounia=n , acusativo de Júnia, masculino (atestada pelos manuscritos ) A B* C D* F G P, embora sem acentos). A variante (Júlia) é fracamente atestada, aparecendo apenas no p46 e em algumas versões antigas.

Numa pesquisa feita por computador nos escritos gregos existentes desde a época de Homero (século 9 A.C.) até o século 5 D.C. foram achadas apenas três ocorrências do nome Júnias, além de Romanos 16.7. Plutarco cita uma irmã de Brutus, chamada Júnias; Epifânio, o bispo de Salamina em Chipre, menciona Júnias de Romanos 16.7 como sendo um homem que veio a ocupar o bispado de Apaméia da Síria; e João Crisóstomo se refere a Júnias de Romanos 16.7 como sendo uma irmã notável até mesmo aos olhos dos apóstolos.

Os resultados são inconclusivos. Parece evidente que Júnias era nome tanto de homem quanto de mulher no período neo-testamentário. O problema é que não sabemos em que gênero Paulo o usou em Romanos 16.7. Isto explica o surgimento de variantes divergindo na acentuação, e o surgimento da variante , que é claramente uma tentativa de resolver a ambigüidade.

Se tivermos de tomar uma decisão, devemos dar mais peso à palavra de Epifânio, pois ele sabe mais sobre Júnias do que Crisóstomo, já que informa que Júnias se tornou bispo de Apaméia. Concorda com isto o testemunho de Orígenes (morto em 252 d.C.), que num comentário em latim à carta aos Romanos se refere a Júnias no masculino.

Nomes gregos masculinos terminando em -aj não são incomuns, mesmo no Novo Testamento: André (Andre/aj, Mt 10.2), Elias (Eli/aj, Mt 11.14) e Zacarias (Zaxari/aj, Lc 1.5). Para alguns comentaristas, Júnias é a abreviação de Junianius, um nome masculino — mas não há evidências claras disto. A conclusão é que não podemos saber com certeza se Júnias era uma mulher — mais provavelmente era um homem. É por isto que a maioria das traduções modernas, onde possível, traduzem Júnias como masculino (e não Júnia, feminino).

2. Era Júnias um(a) apóstolo(a)?

Mais uma vez perguntamos, é possível termos uma resposta definida para a pergunta "era Júnias um(a) apóstolo(a)?" Gramaticalmente, a expressão "os quais são notáveis entre os apóstolos" (oi(/tine/j ei)sin e)pi/shmoi e)n toi=j a)posto/loij) tanto pode indicar que Andrônico e Júnias eram apóstolos, quanto que eram tidos em alta conta pelos apóstolos existentes. E mesmo que aceitemos que eram apóstolos, ainda resta o fato de que a palavra apóstolo no Novo Testamento é usada, não somente para os Doze, para Paulo, e para algumas pessoas associadas a ele, como Barnabé, Silas e Timóteo (cf. At 14.14; 1 Ts 2.6), mas para mensageiros e enviados (este é o sentido primário de a)po/stoloj) de igrejas locais, como Epafrodito (Fp 2.25) e uns irmãos mencionados em 2 Coríntios 8.23. Estes não parecem exercer governo ou autoridade sobre as igrejas locais, eram simplesmente enviados por elas. Portanto, se Andrônico e Júnias eram apóstolos, deveriam pertencer a este tipo de mensageiros das igrejas locais, com um ministério itinerante. Estes "apóstolos" não tinham autoridade de governo em igrejas locais; antes, eram enviados por elas para desempenhar diferentes funções como representantes ou emissários.

Em última análise, só podemos afirmar com certeza, a partir de Romanos 16.7, que, quem quer que tenha sido, Júnias era uma pessoa tida em alta conta por Paulo, e que ajudou o apóstolo em seu ministério. Não se pode afirmar com segurança que era uma mulher, nem que era uma "apóstola", e muito menos uma como os Doze ou Paulo.

A passagem, portanto, não serve como evidência bíblica para a ordenação feminina no período apostólico. E essa conclusão está em harmonia com o fato de que Jesus não escolheu mulheres para serem apóstolos. Não há nenhuma referência indisputável a uma "apóstola" no Novo Testamento.

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