Faz poucos dias em que o Brasil esteve imerso num dos eventos de moda mais importantes de nossa nação – o SPFW (São Paulo Fashion Week – Semana de moda de São Paulo). Nesse período, a atenção das pessoas se voltou para as últimas tendências da moda, as novidades dos estilistas famosos e as novas revelações das passarelas.
Embora muitos imaginem que a moda não faça parte de seu cotidiano, invariavelmente, ela influencia a todos! Sem o perceber, estamos refletindo tendências passadas ou até mesmo misturando conceitos atuais (criando confusão na maioria das vezes!).
O que me chama a atenção é que hoje em dia as pessoas gostam de ser “fashion”. Gostam de estar na moda. Não apreciam ser diferentes. E na tentativa de se identificar com a ditadura dos últimos lançamentos, acabam perdendo sua identidade!
Muitos cristãos têm se vendido ao estilo mundano de viver. Esqueceram-se que representam a Cristo! Tenho percebido costumes mundanos adentrarem sorrateiramente nas fileiras da igreja. Hábitos que contrariam o estilo de vida cristão e dão péssimo testemunho aos de fora! Roupas curtas ao ponto de serem indecentes, palavreados que contradizem nossa profissão de fé, indiferença às coisas espirituais, falta de compromisso com as atividades da igreja, mundanismo exacerbado, dentre outras coisas...
Cristo aceita cada pessoa do jeito que é, mas Ele se recusa a deixar-nos assim, pois quer trabalhar em nós para que deixemos de refletir a essência do mundo e passemos a refletir o caráter de Deus! Ele deseja operar mudanças progressivas em nossa vida; e o que é inaceitável, é que existem pessoas entre nós que há anos dizem ter aceito a Cristo, mas ainda não renderam sua vida de maneira completa a Ele, permitindo que Ele transforme o exterior tanto como o interior.
Até mesmo quanto ao que comemos e bebemos, parece não haver grandes preocupações hoje em dia. O ventre é o “deus” de muita gente! Ingerimos apenas o que mais agrada ao paladar sem nos preocupar com a influência que tais alimentos terão sobre nosso corpo e mente. Esquecemo-nos de que devemos glorificar a Deus até mesmo quando comemos e bebemos! Estamos acostumados a fazer concessões que na verdade comprometem nossa fidelidade a Deus. É o caso de pequenas quantidades “insignificantes” de bacon no feijão, sanduíches com presunto ou mortadela suína, pequenas doses de bebida alcoólica em ocasiões sociais ou reuniões de trabalho, etc.
Um evangelho “fashion” é o slogan desses professos adventistas. Estão sempre seguindo as tendências... Pensam que não devem levar a vida espiritual tão a sério – e é exatamente aí que se enganam! Se não levamos a sério nossa vida espiritual é melhor estarmos fora da igreja! Equivocamo-nos quando imaginamos ser possível servir a dois senhores. Coração dividido só tem um dono, e não é Deus! A cristandade tem se esquecido de que embora estejamos no mundo, não somos daqui. Se nascemos do alto (por ocasião do batismo) devemos refletir os princípios do alto! Contudo, é bem possível que hoje tenhamos o maior índice de pessoas frequentando a igreja, com o mais baixo índice de espiritualidade de todos os tempos!
Não é agradável tratar desse assunto... As pessoas não gostam de ouvir ou ler sobre temas assim. Nosso ego fica ofendido quando se toca no âmago de nosso orgulho. Não digo tais coisas para ser popular (tais assuntos não trazem nenhuma popularidade hoje em dia, pelo contrário!), mas porque sei que este é meu dever! Por indesejável que seja, esse assunto é necessário hoje!
Como nunca antes, a igreja cristã está passando por um momento de terríveis mudanças. O mau tem deixado de ser tão mau assim, e o bom tem passado a ser relativo. Dentro do escopo pós-moderno, cada pessoa é sua própria autoridade. Estamos perdendo nossos referenciais e afrouxando nossos princípios para agradar o ser humano. Não nos enganemos, Deus cobrará isso de nós!
O relativismo tem adentrado na igreja de maneira tão agressiva, que poucos ousam defender a verdade como ela é! Tal realidade influencia nosso estilo de vida. Antes parecia haver uma distinção maior entre cristãos e mundanos. Hoje quase não reconhecemos um cristão na rua (e nem dentro da igreja!).
Como bem disse L. Ravenhill, “estamos vendo uma cristandade amante de prazeres, que não liga a mínima para Deus. Enfatuados com seu pseudo-intelectualismo, totalmente indiferentes às coisas espirituais, eles rejeitam os padrões de moralidade vigentes. O mundo não está querendo mais definições do evangelho, e sim, novas demonstrações do poder dele!”
Chega de evangelho fashion! O que precisamos é do Evangelho Eterno, sem misturas nem açucaramentos.
Deus conclama sua igreja - Laodicéia, o Israel Espiritual, a menina dos olhos de Deus, a noiva do Cordeiro, a descendência da mulher, o remanescente fiel - a ocupar sua posição, a tapar as “brechas” causadas pela indiferença espiritual e a abalar o mundo com um testemunho do verdadeiro evangelho de Cristo!
Por ; Refletindo.com
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